ouve-me
que o dia te seja limpo
e a cada esquina de luz possas recolher alimento
suficiente para a tua morte
vai até onde ninguém te possa falar ou reconhecer -
vai por esse campo de crateras extintas -
vai por essa porta de água tão vasta quanto a noite
deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te e
as loucas aveias que o ácido enferrujou
erguerem-se na vertigem do voo -
deixa que o outono traga os pássaros e as abelhas
para pernoitarem na doçura do teu breve coração -
ouve-me que o dia te seja limpo e para lá da pele
constrói o arco de sal a morada eterna -
o mar por onde fugirá o etéreo visitante
desta noite não esqueças o navio carregado
de lumes de desejos em poeira - não esqueças o ouro o marfim -
os sessenta comprimidos letais ao pequeno-almoço
Al Berto (1948-1997)
e a cada esquina de luz possas recolher alimento
suficiente para a tua morte
vai até onde ninguém te possa falar ou reconhecer -
vai por esse campo de crateras extintas -
vai por essa porta de água tão vasta quanto a noite
deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te e
as loucas aveias que o ácido enferrujou
erguerem-se na vertigem do voo -
deixa que o outono traga os pássaros e as abelhas
para pernoitarem na doçura do teu breve coração -
ouve-me que o dia te seja limpo e para lá da pele
constrói o arco de sal a morada eterna -
o mar por onde fugirá o etéreo visitante
desta noite não esqueças o navio carregado
de lumes de desejos em poeira - não esqueças o ouro o marfim -
os sessenta comprimidos letais ao pequeno-almoço
Al Berto (1948-1997)
Sem comentários:
Enviar um comentário