segunda-feira, 23 de novembro de 2015

NY I LOVE YOU


Se por cada assalto de memória uma folha de outono caísse.... todas as árvores estariam nuas de inverno!
Foram dias que guardo com carinho, com magia, com descoberta de um mundo completamente díspar de tudo o que me é tão familiar.
Ter podido partilhar tudo isto com a minha alma gémea, só torna tudo mais apetitoso e mais dolorosamente saudoso!
As paisagens, as pessoas que corrupiavam pelas ruas sempre com um objetivo de chegada ou meros transeuntes como nós, os cheiros (não troco o cheiro da minha serra por NADA!), os sabores, as experiências, as luzes ofuscantes, a poluição sonora constante, a simpatia, os sorrisos... até dos olhares tristes eu sinto saudade!

Depois de dois meses de demasiado a acontecer, de lágrimas e sorrisos, de esperança e desilusão... esta foi a melhor lufada de ar fresco que podia sentir ao abrir a janela do outro lado do oceano!

De alma cheia regressei... e que as surpresas boas cheguem juntamente com o novo ano que se avizinha! :)

Até um dia... 





Flatiron

Empire State Building View

Broadway - Imperial Theatre
'Les Miserables'

Times Square by night

MOMA

Manhattan view from Brooklyn

Lady Liberty

Broadway happy feet


Klimt in MOMA

MOMA

Central Park
...e o verde a perder de vista!

Jacqueline Kennedy Onassis Reservoir



quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O insustentável peso da perda...

Há um mês atrás tinha esta publicação para o meu cantinho:

Uma notícia: voltei à vida antiga de despertador de madrugada e convívio diário com pessoas que me aceitam e me valorizam... podia e deveria ter saído pelo meu pé (como tantas vezes estive tentada a fazer), mas deram-me corda aos sapatos... Mesmo assim, nunca me arrependerei de me ter aventurado. Correu mal.... e PASSOU!
Um segredo: estou a ficar gorducha.... com bochechas rosadinhas e um coração gigante!

A alma está cheia.... diz que é assim que se sentem as futuras mamãs!!!! :))))
(ESTOU FELIZ!)
Soube há uma semana que a minha vida iria mudar mas acho (e tenho a certeza) de que ainda não consegui assimilar tudo isto! Tenho medo! Mas junto com o medo vem a esperança, a certeza de que é o que mais quero! Sentir-te crescer dentro de mim durante meses intermináveis....para depois te envolver nos meus braços e perder-me nos teus olhos! 
FELIZ FELIZ FELIZ!!! ❤❤❤❤❤



...e acabou! Acabou tudo! Perdi-te muito antes de ter oportunidade de te conhecer, de te embalar nos meus braços... de te amar muito mais do que amava já! Foram uns dias de pura alegria seguidos de outros tantos de uma sensação inexplicável de perda! A esperança não morre... e sei que voltarei a sentir vida a crescer dentro de mim e a sentir-me tão imensamente feliz como me senti há um mês!
*No céu te embalarei como não pude embalar-te****

Entretanto voltei ao meu antigo trabalho, onde me sinto querida e valorizada! 
Sinto no entanto que me arrancaram outro pedaço... embora estivesse num ponto extremo de saturação, sentia que as coisas poderiam melhorar... ou queria ter tido a coragem de, nos momentos em que me sentia agonizar por dentro, levantar a voz e abandonar a cadeira! E não! Não valorizaram tudo o que dei, toda a entrega, toda a dedicação e abdicação de vida pessoal! Como quem usa um lenço de papel... usaram-me e atiraram-me para o lixo sem pensar duas vezes! A mágoa continua bem presente... mas o tempo tudo cura e as horas tudo levam para longe! Aqui vou ser feliz! Talvez não tão realizada, não tem "bem sucedida", mas em PAZ!

Fizemos a viagem da nossa vida (até agora!) e percorremos 5000km de céu para encontrar A Grande Maçã! Um dia, com tempo (e vontade!), conto tudinho***

E o ano está a chegar ao fim... e foi tão cheio de tudo de bom... tudo de mau... 
Com os olhos posto no futuro, sinto que a partir de agora a vida me (nos) sorrirá mais ainda!

Até...


quinta-feira, 9 de abril de 2015

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Pai*

Hoje o dia é meu.... do alto dos meus 36 anos acabados de nascer, sinto saudades tuas há 15! Há 15 anos ainda te ouvi dizer "Parabéns, filha!"... e já não ouço! Não da voz do homem que me viu crescer e que em tanto contribuiu para me tornar na mulher que sou hoje! A mulher que deixaste menina... Obrigada pelos anos dedicados! Obrigada pela vida!*** 

"Pai, dizem-me que ainda te chamo, às vezes, durante
o sono - a ausência não te apaga como a bruma
sossega, ao entardecer, o gume das esquinas. Há nos
meus sonhos um território suspenso de toda a dor,
um país de verão aonde não chegam as guinadas 
da morte e todas as conchas da praia trazem pérola. Aí
nos encontramos, para dizermos um ao outro aquilo
que pensámos ter, afinal, a vida toda para dizer; aí te
chamo, quando a luz me cega na lâmina do mar, com
lábios que se movem como serpentes, mas sem nenhum
ruído que envenene as palavras: pai, pai. Contam-me
depois que é deste lado da noite que me ouvem gritar
e que por isso me libertam bruscamente do cativeiro
escuro desse sonho. Não sabem
que o pesadelo é a vida onde já não posso dizer o teu
nome - porque a memória é uma fogueira dentro
das mãos e tu onde estás também não me respondes."

quarta-feira, 25 de março de 2015

cheiro a mar*




Onda da manhã, eu vi você sair do mar
E todo sentimento que rodeia
Foi a luz do sol ou foi o vento que soprou
O macio dessa areia




banda do mar

quinta-feira, 19 de março de 2015

15 anos...

Há 15 anos eu era uma miúda... apesar dos meus recentes 21 anos ainda não sabia bem o sentido da vida e muito menos o que o futuro me poderia reservar! Sempre estiveste comigo, sempre me apoiaste e contigo podia contar SEMPRE! Mesmo que as minhas palavras te ferissem e passássemos infinitos dias sem proferir uma palavra um ao outro (e ver a tristeza nos teus olhos tirava sempre um pedacinho de mim!), sei que o teu amor por mim era inquebrável! E partiste... há 15 anos que abandonaste tudo o que te era querido... sem tempo para despedidas, sem oportunidade de fazer o que tinhas sonhado para a tua velhice, de rugas das marcas da vida e cabelos esbranquiçados pelo passar dos dias , de mão na mão com a mulher com quem escolheste ficar... partiste sem poder viver! Ou sem viver como querias ter acabado os teus passos na terra! Cansei-me de bradar aos céus o quão injusta a nossa passagem terrestre pode ser! Cansei-me de desfazer em lágrimas o meu corpo por dentro... e tentar desvendar mistérios do porquê desta viagem brusca sem retorno!
Todos os dias me assaltas a memória, pelas mais diversas situações por que passo diariamente... e a tua imagem reflecte, ao fundo, no espelho de casa quando me olho... e já não me conheço! Saudades sempre... do tempo que nos roubaram, Pai**

quarta-feira, 18 de março de 2015

não gosto de mostarda...

...e quando me chega ao nariz, fervo na pouca água do tacho que pus ao lume!
Sempre fui muito impulsiva, regida por acções impensadas... sempre tive o coração na boca e os nervos de aço! SEMPRE fui assim! SEMPRE!
Nesta vida nova que escolhi, em detrimento da que tinha anteriormente (estamos a falar de TRABALHO), aprendi a controlar impulsos, a contar até 10 antes de verbalizar todas as explosões que tinha dentro de mim prestes a ser disparadas! Eduquei-me (obrigatoriamente!) porque não podia continuar a ser tão selvaticamente desbocada como era antes! Mas antes ninguém me pisava e era respeitada! Opiniões são como (qualquer coisa que não gosto de proferir): toda a gente as tem, quem quer dá-las, dá-as - sempre ouvi dizer! E se tenho dúvidas ou necessito esclarecimentos peço-os sem vergonha alguma! Ninguém nasce ensinado e toda a gente tem o direito de ver as suas dúvidas esclarecidas! Não quero criar conflitos, não quero exaltar-me, não quero elevar os meus níveis de decibéis, nem transformar a passividade das minhas respostas escritas em afrontas pessoais... mas que não me coloquem a porcaria da mostarda à frente! Eu espirro e facilmente nasce um elaborado ser de verborreia! E não quero isso! Somos todos adultos e os desentendimentos (ou opiniões divergentes!) resolvem-se com conversas civilizadas!
Não admito que me faltem ao respeito nem que se dirijam a mim em tom menos correcto! Nunca o admiti a ninguém e não é neste momento, no alto dos meus quase 36 anos (cruzes!) que vou começar a fazê-lo! Independentemente do posto que ocupam, eu não bato pala a ninguém porque não considero que alguém esteja acima de mim, humanamente falando! 
Desabafos de um corpo dormente, de uma alma assaltada por injustiça... e muita revolta prestes a sobressair! E não quero explodir! Preciso ir para o cimo da minha Gardunha (que está a perder todo o seu natural encanto) e mandar três pares de ecos por essa Cova da Beira fora... para não deixar ninguém surdo (ou ofendido!) num encontro cara-a-cara!
E mostarda... não, não gosto mesmo nada! Mas se a sanduíche fizer questão, eu recheio-a!



Tal e qual! : http://girls-go.blogs.sapo.pt/857546.html

quarta-feira, 4 de março de 2015

Etiqueta do Casal... by Rosa Cuequinha!

Isto é SÓ hilariante! Práticas e costumes dos comuns mortais... e casais! :D


Etiqueta de casal.

'Se a Bobone nos tenta explicar como meter a mesa para os convivas quando há mais de 5 pratos de comida, alguém nos devia ensinar umas coisas sobre etiqueta de casal. Sabe Deus que bem jeito me dava.
Obviamente não irão encontrar nada de cientificamente comprovado útil aqui, mas ao reflectir sobre o assunto cheguei a estas conclusões:

Ahhh isso é mesmo como o meu/minha ex fazia/dizia.
A sério, não me canso de repetir, mas conversas sobre ex é como aquilo do se parece cocó e cheira a cocó...se calhar é cocó. Não precisas provar para saber. E falar nos ex quase sempre dá...nisso.
 
Bufas.
Não quero saber se são ninja, se ninguém ouviu, se, de repente, apenas um cheiro vindo dos confins de uma lixeira industrial se assoma por debaixo dos lençóis: sim, bufas são tabu! É daquelas coisas que todos sabemos que existem, mas não precisamos de um constant reminder.
(Se são daqueles casais que ambos se largam à grande e são felizes, by all means, sejam felizes!)
 
Ignorar o outro porque está a dar uma cena mais fixe na tv.
Eu tenho um sonho: um dia em que os moços ficarão abandonados de olhos postos no bife da vazia, enquanto as meninas estarão atentas a um documentário de 90 minutos sobre a História da Moda na tv e, simplesmente, não falem, absortas que estão naquilo que é tão interessante.
Eu sei que esse dia nunca vai chegar. Não porque os snack-bares não passem cenas dessas - isso também - mas, essencialmente, porque um tipo nunca fica simplesmente a olhar para um bife, quanto muito procura mais chicha nos arredores. Com duas pernas. E duas mamas.
 
Birras em público.
Ninguém, repito, ninguém, quer ser amigo do casal que acaba sempre a noite a discutir por uma treta sem sentido, ignorando os demais interlocutores, insistindo na birra, fazendo beicinho.
Aliás, as birras são a evitar, de todo. Já não temos idade para isso, nem paciência.
 
Meter o talher na comida do outro, sem advertência prévia.
Não sou nazi nisto: não me importo de partilhar. Contudo, desde os primórdios dos tempos que o Homem não gosta de partilhar a comida, especialmente sem a devida introdução/aviso do: posso provar? *acompanhada de olhos de bambi que não vê comida há uma semana*
 
Deixo-vos a liberdade criativa de acrescentar cenas a esta lista.
Na verdade estou com pressa e tenho mais que fazer, mas se me lembrar de mais coisas eu aviso.'

terça-feira, 3 de março de 2015

a NOSSA casa*



Foi há dois anos que criámos o ninho de onde vamos sair dentro de poucos dias... com peças 'roubadas' das nossas vidas anteriores, outras escolhidas ao pormenor, a pensar cuidadosamente no cantinho onde iria ficar colocada. Molduras de momentos intemporais, cores e sabores que fizeram desta casa a NOSSA! E vamos partir, para uma nova morada, para uma nova vida, para novos momentos de partilha... para longe de tudo o que sempre conheci! São poucos os quilómetros que ficam a separar-me da terrinha que me viu nascer, crescer, partir, regressar... e partir novamente! Não tenho medo! Medo teria se o marasmo em que vivia se mantivesse! Medo teria se não te tivesse encontrado, meu Peter Pan que me entrou de rompante pelos sonhos... e os concretizou! És a minha casa e todos os quartos em que habito, és a almofada onde repouso e os lençóis aconchegantes onde adormeço! És o meu sossego, o meu tumulto! A minha alegria, a minha inquietude! A minha juventude, as rugas que vão aparecendo! E vamos vivendo, deixando que os dias passem por nós com as vicissitudes do passar do tempo! Com discussões e amuos... com o fazer as pazes! Com surpresas e a sua ausência! Com a paixão a acalmar (ninguém aguenta a emoção e a virilidade dos tempos primeiros por muito tempo - é desgastante (e tão bom!)) e o amor a crescer! Com a nossa evolução enquanto seres que partilham a vida! Com passeios intermináveis pelas serras que nos acolhem, com descobertas felizes... com descobertas pessoais que não incluem o outro! Mas não deixam por isso de ser felizes, como a luz que irradias quando voltas para os meus braços! Neste momento é isso mesmo que me faz sentir incompleta - descobrir uma aventura minha! Procurar e ir sozinha... para no final voltar para os teus braços com o mesmo brilho com que voltas para os meus!

E vamos em frente! Vamos com a mesma força e convicção com que chegámos aqui! E os amuos e as discussões vão ser tão frequentes como a alegria e os momentos felizes de nos perdermos um no outro... de nos perdermos à descoberta de nós e de tudo! VAMOS... de mão na mão... a casa é NOSSA!*




segunda-feira, 2 de março de 2015

Coisas bonitas que se encontram por aí :)

"Se os meus olhos são as janelas da minha alma, então a minha boca é a porta, e o beijo que acabo de te dar – a chave. Peço que repares bem na desarrumação e penses, penses muito bem antes de entrar. A casa é pequena, mas há espaço para muita coisa. As diferentes divisões do meu coração estão abarrotadas de tentativas, de receios, e guardam amontoados intermináveis das minhas mais vulneráveis expectativas.
Agora responde-me: Tens a certeza que queres entrar? Se a resposta for positiva, peço que entres com calma. Na sala do meu coração tu encontrarás centenas de filmes, que me fizeram rir e chorar – no abrigo de outros braços. Músicas que embalaram altos e baixos – com outros amores.
Na cozinha tu sentirás o cheiro de muitos jantares. Temperos que eu costumava adorar e hoje já não posso suportar. Velas apagadas pela ação implacável do tempo. Talheres que alimentaram outras bocas e taças que embriagaram outros corpos.
A minha casa de banho esconde o cheiro de tantos perfumes, sabonetes e loções – quanto de decepções. A água do meu chuveiro já lavou outros suores e o espelho sobre o lavatório já refletiu dias melhores.
O quarto do meu coração é a divisão mais desarrumada, guarda tantas lembranças boas – quanto amores despedaçados. Nele tu encontrarás todo o prazer que dei e recebi. Todas as lágrimas que derramei e todas as alegrias que senti. Vários livros de cabeceira. Roupas por todos os lados. Noites em que fui feliz, e outras em que desejei dormir e nunca mais ter acordado.
Agora preciso que me digas: Tens a certeza que queres continuar? Sim? Então caminha até ao jardim. Lá tu verás quem fui e quem sou. Os espinhos que colhi depois de ter plantado flores, os fracassos que colhi depois de ter semeado esperanças. Mas verás também um pedaço de terra fértil, que resistiu bravamente, e que está a precisar – urgentemente – de água, adubo, calor e amor.
Agora responde-me com toda a sinceridade que existe em ti: Queres assumir a responsabilidade de revitalizar o meu jardim? Quer ajudar-me a varrer o chão, lavar os pratos e pintar as paredes? Estás disponível para me ajudar na troca dos móveis e com a nova decoração? Carregarás comigo todo o lixo para fora? Queres – do fundo do teu coração – habitar o meu?
Sim? Perfeito, cuida bem de tudo – a casa agora também é tua."
Fellipo Rocha

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Correr o mundo de lés a lés

Neste texto achei e compreendi a necessidade de sermos mais que aquilo que nos propuseram ser... marionetas da sociedade! Bonecos com cordelinhos que só movimentam as palhas que a vida lhes dá, sem ter a coragem de tornar os seus gestos únicos e intransponíveis! Sim, sempre me queixei da inércia da vida que levo, ou que me conformei viver e a coragem de partir sem olhar para trás continua a provocar-me borboletas na barriga, borboletas que suplicam a sua soltura para voar... e me levar com elas! Mas já perdi o barco há muito tempo... nunca marquei a viagem! E sonhar não nos leva a lado algum (a não ser no fundinho da nossa imaginação!).
A minha vida não é feita de queixumes e muito menos de momentos tristes! É completa! Tenho o que quero e aquilo por que lutei... nunca lutei por mais! E o que tenho fornece-me o oxigénio de que necessito para viver... feliz! 
E felizes sejam aqueles que decidem colocar o pé na estrada, correr o mundo, viver a vida, sentir a brisa fria na cara e sentirem que é assim que querem morrer... na estrada (salvo seja!)! Que as viagens lhes encham os olhos... e a alma! :)

http://preguicamagazine.com/2013/02/07/viver-para-viajar/



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Ai.... caramba! :(

Bolas!
Estou há horas a olhar para este ecrã, para o escritório vazio, para um pedaço da Gardunha que daqui consigo vislumbrar, para as mãos enfeitadas de marcas do frio, para as varetas de um aquecedor pré-histórico que faz mais barulho do que efectivamente aquece, para as playlists que o youtube aleatoriamente escolhe para mim! Hoje tudo me soa mal... tudo! Detesto as segundas-feiras que vêm demasiado cedo, chegam naquele momento em que o fim de semana nos começa a saber bem! E o que insisto escrever soa-me mal!
Detesto estes dias! Não fui feita para passar os dias assim, sentada numa cadeira a olhar o vazio... por obrigação! Se for essa a minha vontade, sabe que nem ginjas... assim... sabe a amoras ornamentadas de espinhos!
Detesto não ter nada para fazer, inventar para me distrair, aproveitar visitas para manter a mente desperta e os lábios humedecidos pela conversa! Detesto ver os dias passar e não tirar proveito algum do fluir das horas... do fugir do tempo! 
Vou desistir! Em dias destes nem escrever me sacia a fome de nada fazer! Gosto de ter opção de escolha! Não fazer nada porque não há nada para fazer é das coisas que mais me tiram do sério! Pudesse eu agarrar-me ao volante, abrir o vidro com música estridente o suficiente para partilhar com os transeuntes... parar na minha Gardunha... olhar a cidade ao longe... e não fazer nada! E era um dia feliz!
Já chega! Hoje já chega de me obrigar a escrever!
Fui....

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Alfazema

Eu calo as palavras, poupo o vocabulário, é que
Pró meu silêncio ainda não há um dicionário
E eu não falo sem pensar e não quero pensar demais
Não espero interpretações ou traduções emocionais.
Como todas as mulheres quero sentir que sou diferente
Sou todo o cliché da vida toda pela frente.
Sou carente q.b. como um domingo persistente em que
Não sei porquê a gente tem olhar ausente.
Amiga como tu tenho medo da rejeição
Chorei deitada no chão, achei que era em vão e não
Havia solução a ferida ficaria aberta,
É certo que te marca mas não mata só desperta.
Também sou insegura ponho a lupa nos defeitos,
Tenho a fúria do espelho, muitas dúvidas no peito
Ás vezes não me valorizo, não grito quando é preciso
Não tenho juízo e vivo em função doutro indivíduo
Como tu não sou perfeita mas esse é o nosso carisma
E quem cisma e não respeita não consegue ver um cisne.
A beleza não se finge é aquilo que tu emanas, mana
Como uma esfinge fica sólida a uma deusa humana.
Somos assim cheias de contradições como as tradições
sem fim que nos atiram pra depois.
Vestem-nos de cor de rosa pra enfeitar um mundo que é cinzento,
Querem-te vistosa mas cagam em como estás por dentro
E não tens tempo pra te amares a ti
Tens de ser loira, boa, magra, sensual e com Q.I.
Claro que assim manter uma auto-estima dá muito trabalho.
Não sou a super-mulher e mando o mundo po caralho!
Carta fora do baralho mas serei dama de copas,
Serei rainha como tu um dia, topas?
E quando fraquejares vais repetir num sussurro
Aquilo que eu canto pra sorrir um dia escuro.

Refrão:
Eu cheiro a alfazema, eu sou poema
Eu sou aquela que tu querias ao teu lado no cinema...

Capicua