sexta-feira, 6 de outubro de 2006

poema dos olhos da amada

'Ó minha amada Que olhos os teus 
São cais noturnos Cheios de adeus 
São docas mansas Trilhando luzes 
Que brilham longe Longe dos breus... 
Ó minha amada Que olhos os teus 
Quanto mistério Nos olhos teus Quantos saveiros 
Quantos navios Quantos naufrágios 
Nos olhos teus... Ó minha amada 
Que olhos os teus Se Deus houvera 
Fizera-os Deus Pois não os fizera 
Quem não soubera Que há muitas era Nos olhos teus. 
Ah, minha amada De olhos ateus 
Cria a esperança Nos olhos meus 
De verem um dia O olhar mendigo 
Da poesia Nos olhos teus.'  
Vinícius de Morais

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