sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Gosto e não gosto

...a pedido da Sara – porque só a Sara é que me mete nestas coisas – aqui vai… Gosto…
Gosto de te sentir aqui, de acordar a teu lado… gosto de sorrir, de rir, de brincar, de recordar tempos felizes… gosto de sonhar! Gosto dos meus amigos, gosto de passear de mãos dadas, de adormecer encostada no teu ombro a ver um programa chato na tv… mas gosto de estar ao teu lado… Gosto da solidão e da tua companhia, gosto de escrever, de ler, de falar… gosto de ouvir! Gosto do Inverno, de meias grossas e pijamas de flanela… gosto de sentir o vento bater-me na cara e andar pela rua, perdida nos meus pensamentos…
Gosto de andar descalça pela casa e sentir o chão frio...
Gosto de olhar as estrelas no céu... longe... e sentir que podia estar lá... Gosto que me abraces e me dês beijos na ponta do nariz! Gosto que me afagues o cabelo como me faziam quando era criança… gosto de mimo! Gosto de ti… Gosto de toda a gente… gosto de sinceridade, de frontalidade… gosto de ser directa! Gosto da noite, gosto de dormir horas a fio sem ter de me preocupar com as horas a que terei de acordar! Gosto de sentir a brisa do vento nocturno entrar pelas frestas da persiana…só para me dizer boa noite…. Gosto da minha casa, do meu espaço, das coisinhas que compro a meu gosto… Gosto da minha mãe, dos traços da cara dela que uma vida inteira marcou! É linda, a minha mãe… gosto de recordar o meu pai…o único e verdadeiro amigo que já tive… gosto das lágrimas que a saudade me faz derramar… Gosto da Gardunha que me viu nascer… e me permite respirar o pouco verde que ainda existe! Gosto… Não gosto...
Não gosto de hipocrisia, de mentiras, de traições, de mesquinhez, de sorrisos falsos e palavras forçadas… Não gosto que me faças chorar… Não gosto do meu dia a dia… não gosto de viver a vida consoante convicções de outrem… não gosto que mandem em mim… Não gosto do Verão nem do calor… não gosto de me sentir presa a um só lugar… há tantos que gostaria de conhecer… Não gosto de me sentir observada (mas gosto que olhes para mim…) Gosto de tudo … não gosto de nada… Sou assim… um ponto de interrogação neste universo de questões sem resposta…

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

city of angels

"You knew there would always be a spring, as you knew the river would flow again after it was frozen. When the cold rains kept on and killed the spring, it was as though a young person had died for no reason."
Ernest Hemingway in a Moveable Feast
...este é um daqueles momentos únicos, de filmes únicos que ficam para sempre na nossa memória... pelo menos na minha...

terça-feira, 26 de setembro de 2006

O tempo II

As horas, os dias, os meses, os anos… passam sem que possamos fazer nada para o impedir! Aqueles momentos que desejamos que pudessem durar mais uns instantes são aqueles que passam mais rapidamente, são aqueles que voam, que correm… sem nos darem hipóteses de podermos apanhá-los… Sinto-me impotente por estar aqui, a olhar para o relógio que estagna quando o meu desejo é que ele ande mais depressa do que normalmente acontece… Sinto-me presa por ver que ainda há sol lá fora, por ouvir apenas o silêncio destas paredes ocas, frias e inertes e ter de estar aqui… aqui fechada, aqui enclausurada… aqui a perder-me de dia para dia… Tenho medo, tenho muito medo de chegar àquele ponto (do qual me aproximo cada vez mais) em que já não consiga reconhecer-me…
Tenho medo de um dia não ser capaz de criar coisa alguma, de perder a capacidade de sonhar…
…”Quantas vezes os tenho ouvido dizer a mesma frase que simboliza todo o absurdo, todo o nada, toda a inconsciência falada das suas vidas. É aquela frase que usam de qualquer prazer material: «é o que a gente leva desta vida»... Leva onde? leva para onde? leva para quê? Seria triste despertá-los da sombra com uma pergunta como esta... Fala assim um materialista, porque todo o homem que fala assim é, ainda que subconscientemente, materialista.”…
Fernando Pessoa in Livro do Desassossego Quando um dia tiver de me despedir da vida, quando chegar aquele momento crucial de fechar os olhos para sempre, quero poder ter direito a um minuto de reflexão… quero poder olhar para a vida que vivi e sentir que VIVI e não somente que me fizeram viver… que me fizeram sobreviver mediante a vontade de outros… e não a minha vontade, o meu querer! Quero sentir que não levo arrependimentos, tristeza por não querer ter aproveitado mais um bocadinho… Quero VIVER… apenas e somente isso!!!

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

a uma AMIGA

Até quando terás, minha alma, esta doçura, este dom de sofrer, este poder de amar, a força de estar sempre – insegura – segura como a flecha que segue a trajetória obscura, fiel ao seu movimento, exata em seu lugar...?
Cecília Meireles
Foi este um dos poemas que uma amiga minha deixou gravado numa das minhas várias fitas de final de curso… Sempre me conheceu, sempre fez de tudo para que eu mudasse, para que eu deixasse de permitir que me pisassem, que tomassem decisões por mim, que não me deixassem ser autónoma! Está longe, agora… mas a distância só existe se as pessoas assim o quiserem, se permitirem que os quilómetros sejam maiores que a amizade, que o que ficou para trás, que o que nos fez partilhar tudo e mais um tanto com alguém que, com a maior sinceridade que existe, nos fez abrir os olhos para uma realidade que apenas nós não conseguíamos ver… A minha amiga, a minha grande amiga… faz-me tanta falta… os serões de conversas, de partilhas de vivências, de risos, de lágrimas, de alegrias e tristezas… de noites intermináveis de boémia, de momentos sérios e marcantes… a minha amiga… está longe… e eu sinto-a aqui tão perto… por mais tempo que possamos estar sem nos vermos, por mais meses que estejamos sem pegar no telefone para ouvir a voz uma da outra… são amigos como tu, que ficam sempre presentes nas nossas vidas, que são parte integrante da nossa existência… obrigada por tudo, amiga! Obrigada a ti e a todos os amigos que se cruzaram no meu caminho… e jamais mudaram de direcção…
"Lá num país cheio de cor Nasceu um dia uma abelha tão conhecida pela amizade pela alegria e pela bondade Todos lhe chamam a pequena abelha Maia..."
Ainda não tinha feito aqui uma “homenagem” ao bichinho que me acompanhou durante a minha infância… é nestes momentos, em que a lembrança nos transporta para os momentos únicos daqueles tempos, que sou inundada por memórias felizes, por momentos de lucidez… sim, porque sinto que naquela altura (em que nada sabia) tinha mais certezas do que fazia, do que neste momento…

terça-feira, 5 de setembro de 2006


'Tenho pena e não respondo. ~
Mas não tenho culpa enfim 
De que em mim não correspondo 
Ao outro que amaste em mim. 
Cada um é muita gente. 
Para mim sou quem me penso, 
Para outros - cada um sente 
O que julga, e é um erro imenso. 
Ah, deixem-me sossegar. 
Não me sonhem nem me outrem. 
 Se eu não me quero encontrar, 
 Quererei que outros me encontrem?'

 F. Pessoa

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

O tempo I

O Tempo... Aqui perco anos, perco vida, perco momentos, perco raios de sol, gotas de chuva, a sombra das árvores que crescem e envelhecem lá fora… Aqui sinto-me enclausurada, privada de ar puro e de convivência… Aqui definho a cada dia que passa, a cada minuto que poderia estar noutro sítio, em outro sítio qualquer, onde o vento me esfriasse a cara e me aquecesse a alma… Aqui não sou eu, sou apenas e somente quem querem que eu seja, sou apenas um estereotipo criado para poder estar Aqui… É difícil termos de crescer, de amadurecer, de depender de nós e olharmos para o passado com lágrimas presas por detrás dos olhos, com saudades, com desejo de que o tempo fique preso naquele momento em que a única certeza que possuíamos era de que não sabíamos de nada que nos pudesse fazer mal! Éramos invencíveis, incontroláveis, éramos felizes porque a realidade em que vivíamos nos permitia ser assim… donos da nossa alma, mestres das nossas acções… senhores do nosso nariz… O tempo, esse, jamais volta atrás… é a lei da vida, dizem… E sim, é essa lei que prevalece! Porque os momentos que gostaríamos de ver repetidos, os erros que gostaríamos de poder corrigir, as pessoas que poderíamos ter conhecido, um olhar que poderíamos ter lançado… perderam-se no tempo, ficaram presos no passado e é neste presente que temos de aprender a aceitar essa realidade, para que no futuro possamos aproveitar tudo, tudo até ao limite que o nosso ser nos permitir… CARPE DIEM CAUSE MEMENTO MOI!

Tabacaria


Não sou nada. Nunca serei nada. 
Não posso querer ser nada. 
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. 
Janelas do meu quarto, 
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é 
(E se soubessem quem é, o que saberiam?), 
Dais para o mistério de uma rua cruzada 
constantemente por gente, 
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, 
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, 
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, 
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, 
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. 
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. 
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, 
E não tivesse mais irmandade com as coisas 
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua 
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada 
De dentro da minha cabeça, 
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. 
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. 
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo 
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, 
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro. 
Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. 
A aprendizagem que me deram, 
Desci dela pela janela das traseiras da casa. 
Fui até ao campo com grandes propósitos. 
Mas lá encontrei só ervas e árvores, 
E quando havia gente era igual à outra. 
Saio da janela, sento-me numa cadeira. 
Em que hei de pensar? 
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? 
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! 
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! 
Gênio? Neste momento Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, 
E a história não marcará, quem sabe?, nem um, 
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. 
Não, não creio em mim. 
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! 
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? 
Não, nem em mim... Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo 
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando? 
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas - 
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, 
E quem sabe se realizáveis, 
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? 
O mundo é para quem nasce para o conquistar 
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. 
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. 
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, 
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. 
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, 
Ainda que não more nela; Serei sempre o que não nasceu para isso; 
Serei sempre só o que tinha qualidades; 
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta, 
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, 
E ouviu a voz de Deus num poço tapado. 
Crer em mim? Não, nem em nada. 
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente 
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo, 
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. 
Escravos cardíacos das estrelas, 
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama; 
Mas acordamos e ele é opaco, Levantamo-nos e ele é alheio, 
Saímos de casa e ele é a terra inteira, 
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido. 
 (Come chocolates, pequena; Come chocolates! 
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. 
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. 
Come, pequena suja, come! 
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! 
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho, 
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.) 
 Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei 
A caligrafia rápida destes versos, Pórtico partido para o Impossível. 
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, 
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro 
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas, 
E fico em casa sem camisa. 
 (Tu que consolas, que não existes e por isso consolas, 
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, 
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, 
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, 
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, 
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, 
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê - 
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! 
Meu coração é um balde despejado. 
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco 
A mim mesmo e não encontro nada. 
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. 
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, 
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, 
Vejo os cães que também existem, 
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, 
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.) Vivi, estudei, amei e até cri, 
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. 
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, 
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses 
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); 
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo 
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente 
 Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. 
O dominó que vesti era errado. 
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. 
Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. 
Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. 
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. 
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário 
Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo 
E vou escrever esta história para provar que sou sublime. 
 Essência musical dos meus versos inúteis, 
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse, 
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, 
Calcando aos pés a consciência de estar existindo, 
Como um tapete em que um bêbado tropeça 
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada. 
 Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. 
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada 
E com o desconforto da alma mal-entendendo. 
Ele morrerá e eu morrerei. Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos. 
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também. 
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, 
E a língua em que foram escritos os versos. 
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. 
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente 
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, Sempre uma coisa defronte da outra, 
Sempre uma coisa tão inútil como a outra, 
Sempre o impossível tão estúpido como o real, 
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, 
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra. 
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?) 
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. 
Semiergo-me enérgico, convencido, humano, 
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário. 
 Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los 
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos. 
Sigo o fumo como uma rota própria, 
E gozo, num momento sensitivo e competente, 
A libertação de todas as especulações 
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto. 
 Depois deito-me para trás na cadeira E continuo fumando. 
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando. 
 (Se eu casasse com a filha da minha lavadeira 
Talvez fosse feliz.) Visto isto, levanto-me da cadeira. 
Vou à janela. O homem saiu da Tabacaria 
(metendo troco na algibeira das calças?). 
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica. 
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.) 
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. 
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo 
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, 
e o Dono da Tabacaria sorriu.

Fernando Pessoa

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

a primeira vez

Não era desta forma que queria ter começado a escrever… Não era para ter sido assim, a primeira vez…:) Mas, bem vistas as coisas, também não era para ter criado um blog…e criei! Sempre fui muito comedida nas minhas palavras, nas palavras proferidas com outras pessoas. Sempre senti que apenas a caneta e o papel me compreenderiam, me fariam soltar tudo aquilo que tinha reprimido cá dentro! Nunca gostei de falar, sempre fui conhecida por “aquela que sempre ouviu”… e continuo assim, talvez cada vez mais, porque as pessoas que me fizeram mudar estão longe e sou demasiado comodista para pegar no telefone e ligar para aqueles que tão bem me conhecem… a Guarda ensinou-me muito, modificou-me muito, ajudou-me a sair daquela clausura onde sempre me escondi, para não ser descoberta, para ser anónima, para que ninguém visse para além do sorriso da Ana… o sorriso que sempre me acompanhou e muito escondeu… … to be continued… Work is calling me