quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

resoluções 2019.

Estamos a aproximar-nos daquela altura do ano em que, quer queiramos quer não, acabamos por fazer avaliações (mais ou menos conscientes) do que vivemos desde janeiro. É época de resoluções e de promessas, de uma vontade desmesurada de mudar aquilo que correu menos bem (ou muito mal!) e de uma crença de que tudo vai ser diferente a partir do 1º de janeiro seguinte. E é aqui que eu paro. fecho os olhos. faço rewind na minha memória. e errei. errei tanto. aliás, erro cada vez mais. com os outros. com elas. com ele. comigo. não sou justa comigo. faço o que não quero e juro tantas vezes não voltar a fazer. grito e esperneio porque não me dão a atenção que (acho) que mereço. não me ouvem. e é normal, eu também deixaria de me ouvir! 
E o que fazer para mudar tudo isto? nada. não preciso fazer nada, a não ser respirar que é o que o ser humano já faz com a naturalidade que lhe é inerente. R-E-S-P-I-R-A-R.
E deixar-me de merdas! penso que, basicamente, é isto. deixar de me preocupar tanto e viver mais. ser mais condescendente e menos crítica. contar até 10 (ou 100!) antes de abrir a boca. mas RESPIRAR engloba tudo isto. Há cerca de um ano já tinha consciência do que estou a escrever, até porque o escrevi... há 1, há 2 e há 3 anos. mudei? NÃO! vou mudar agora?! QUERO! quero muito viver em paz e fazer com que quem me rodeia viva da mesma forma. quero que as minhas filhas se lembrem de uma mãe feliz, cansada mas feliz. que se sentava com elas a fazer puzzles e a destruir plasticina. que rebolava com elas nos chão e lhes amparava as cambalhotas. que lhes curava as feridas e as tristezas com um beijo e um abraço. só isso. quero que, daqui a (espero!) muitos anos, depois de eu partir, parte da noite de natal delas seja a falar da mãe que era feliz e que lhes tornou a vida branda, a infância livre e lhes amorteceu as quedas, deixando-as sempre cair. a mãe-colo! quero ser recordada assim. não como sou hoje. não uma pessoa que se emociona com qualquer anúncio ou filme mais enternecedor que retrate o que a minha realidade deveria ser. quero ser a protagonista dos filmes a cores, dos filmes felizes. com lágrimas. com desilusões. com a cabeça levantada e o orgulho intacto! deixar o coração cheio a quem fica e a quem partilhou a vida comigo, de mão na mão... "até sermos velhinhos, sim?"
só tenho de respirar, não é?! 
Então vá.... inspira. expira. inspira. expira. Vai... vai, sê e deixa os outros felizes!

terça-feira, 26 de novembro de 2019

outono...

Ai outono! De quentes e ternas cores. De tons dourados e flamejantes. Ai outono que tanta mudança almejas. Que fazes as folhas cair e os chão cinzentos e frios cobertos de um manto repleto de cor! Ai outono que me aquece os olhos. Os olhos que tantas vezes se enchem de lágrimas por tanto e por tão pouco... cada vez mais! Tudo me emociona... tudo me enraivece. Já não há meio termo ou copo meio cheio. Há transbordo e explosão... há muito pouca contenção. E os olhos brilham com a tristeza e a alegria alheias. A minha vida... a minha vida é toda uma miscelânea de sentimentos que colidem entre si! Os meus dias são corridas de fórmula 1... e o meu carro já não tem a cilindrada de outros tempos para ganhar o percurso. Ganhar... ganhar o quê se a vida vida já me deu tanto... já tanto me tirou?! Tirou-me o chão e deu-me asas! Tirou-me a alma e encheu-me o coração e o colo! Tirou-me o sorriso e iluminou-me o rosto! Tirou-me a essência e presenteou-me com brilhos no olhar constantes! Sou uma afortunada... e uma insatisfeita. Sempre fui! E aquele blá blá blá do "temos que dar valor aos presentes da nossa vida e deixar de lado as insignificâncias que nos consomem" faz mesmo sentido! Mas para mim não faz sentido nenhum! Porque raio não podemos ter tudo o que nos faz felizes?! Porque temos de continuar a ver as pessoas partir deixando um enorme buraco de nada, repleto de memórias e lembranças e uma saudade que nos consome?! Será assim tão difícil agradecer os blá blá blá's da vida e ser, simplesmente, feliz com o que tenho?! Nada tem de ser tão perfeito como o que almejo. Nada tem de ser tão bonito e tão brilhante como gostaria. As minhas filhas não são bibelôs nem figuras de montra de Natal. Não são sossegadas e comportadas. Gritam, esperneiam e fazem birras que me dão vontade de arrancar o meu cabelo (e o delas!) um a um. Têm o mau feitio da mãe... e a doçura do pai! E dão os melhores abraços do mundo! E os beijos?! Os beijos que nos lambuzam a cara (e nos dão vontade de guardar aquela sensação numa bolha eterna!)! E as gargalhadas que ecoam pela casa e lhe dão vida?! Vida e desarrumação e pó e bonecos despidos e peças de puzzles espalhadas e tapetes e paredes pintadas com as cores que deviam desenhar em papel! É tudo tão bonito e eu sou tão estúpida que não vejo isso!!! De que me lembrarei, velhinha, sentada no meu cadeirão desbotado, a ver o Preço Certo e a comer filhós com doce de mogango e chá quentinho? Das birras e dos nossos gritos?! NÂO! Sentirei saudades das dores nas costas pelo colo que sempre dei... e sentirei a pele do rosto enrugado e seco... pelos beijos melados que já não recebe! Sentirei saudades dos bichinhos de conta enroscados em mim, dos "amo-te muito, mãejinha!"... e da casa repleta de sons que fazem desesperar qualquer vizinho! Ganhar.... juízo, Ana!! Ganha juízo e vive mais e resmunga menos! Abraça mais, respira! E ama!!!! Ama todos os dias!!! 
E, nesses dias de velhice e mantinha e braseira aos pés, que tenhas a mão que durante a vida se colou à tua e não partiu. E está ali, ao teu lado, com as mesmas rugas no rosto e o mesmo sorriso rasgado a lembrar o arco-íris que foi (e continua a ser!) a vossa vida!!!




domingo, 25 de agosto de 2019

O amor mora aqui.

Esta é a legenda da minha vida, da minha felicidade. Não são necessárias palavras ou qualquer descrição. É isto! O amor, a partilha, a cumplicidade, a entrega e dedicação, o espelho, as parecenças e diferenças. As três pessoas mais importantes da minha existência... e é com eles que mais grito, quem mais crítico, quem mais magoo! É com eles que perco mais a paciência... mas é também a eles que amo incondicionalmente, que entrego o meu mais sincero sorriso e os mais sentidos abraços! É nos meus braços, nos braços deles que existe o mais bonito e seguro lugar do mundo! Perdoem esta mãe, esta mulher cansada. Sou imensamente feliz! Por detrás destes olhos exaustos e deste corpo enfraquecido mora amor! Prometo-vos amor, mesmo que seja (demasiadas vezes) pautado por um tom menos terno, mais agressivo, mora um amor desmedido! Abracem-me muito, façam-me sorrir mais vezes (sim, muito mais vezes!), façam-me cantar e dançar e ser menina com vocês (não como vocês, como muitas vezes teimo em comportar-me!).
A mãe mora aqui. A mãe Ana morará sempre aqui, com amor.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

reik'iniciada...

O que é que hoje senti ao acordar?
Como correram as primeiras horas da manhã?
E a despedida, o até logo repetidamente dito todos os dias da semana?
A viagem até ao trabalho (hoje, de comboio), foi pacífica?
O café, as caras conhecidas que fazem deste ritual o início de mais uma jornada...

Iniciei sábado passado a minha terapia, uma terapia "imposta" que inicialmente seria para a Clara... confesso que não conheço aprofundadamente os benefícios do reiki mas sinto que é para mim. Senti esse turbilhão de sentimentos na sessão em que levei a Clara para o desconhecido e foi dos meus olhos que brotaram as lágrimas que cobriram o meu rosto. E neste sábado não foi diferente. Se for assim sempre, em que "perdemos" quase uma hora em confissões e lágrimas e sinceridade absoluta, e naquela transmissão de energia boa, sei que a minha alma, o meu coração, pouco a pouco, vão apaziguar a dor e a mágoa que até hoje guardo. De tudo. Da vida. Do passado. Do presente. De mim.
Ela pediu-me para, a cada dia, transpor para o papel (ou para o meu ecrã) uma pequena frase sobre a forma como iniciou o meu dia (ou finalizou). Só assim poderei avaliar o que faz transtornar os nossos finais de tarde e as noites em que estou mais ou menos predisposta para elas... e isso, notoriamente, reflete-se no seu comportamento. Os finais de dia são sempre o espelho do que vivi nas horas que antecederam o nosso regresso a casa. É nisso que preciso trabalhar e aprender a respirar para que a nossa bolha não sofra as mutações do meu estado de espírito menos bom!
Trabalho de casa: RESPIRAR! CONTAR ATÉ 3! RESPIRAR!
Ser um bocadinho melhor a cada dia que passa...
RESPIRAR! Ter consciência de que as minhas palavras ferem, antes de pensar sequer em proferi-las. Não esperar pedidos de desculpa quando quem os deve, não conhece a dívida.
APRENDER a viver com as intempéries e deixá-las no tempo em que aconteceram.
Se nunca o fui, não começarei agora a ser rancorosa.
VIVER mais para mim e para os meus. BRINCAR mais. PENSAR menos. AMAR desmedidamente. ESQUECER o pó. ABRAÇAR sempre. VALORIZAR o que sou.
SER. SER. SER.

'There is so much peace to be found in people’s faces...'


It’s coming to pass, my countries coming apart The whole thing’s becoming such a bumbling farce Was that a pivotal historical moment we just went stumbling past? Well, here we are, dancing in the rumbling dark So come a little closer, give me something to grasp Give me your beautiful, crumbling heart Another disaster, catharsis Another half-discarded mirage Another mask slips I face off with the physical My head’s ringing from the love of the stars There is too much pretense here Too much depends on the fragile wages And extortionate rents here We’re working every dread day that is given us Feeling like the person people meet really isn’t us Like we’re gonna buckle underneath the trouble Like any minute now, the struggle’s going to finish us And then we smile at all our friends [Refrain] It’s hard, we got our heads down and our hackles up Our backs against the wall, I can feel you aching None of this was written in stone There is nothing we’re forbidden to know And I can feel things changing Even when I’m weak and I’m breaking I’ll stand weeping at the train station ‘Cause I can see your faces There is so much peace to be found in people’s faces [Verse 2] I saw it roaring I felt it clawing at my clothes like a grieving friend It said there are no new beginnings Until everybody sees that the old ways need to end But it’s hard to accept that we’re all one and the same flesh Given the rampant divisions between oppressor and oppressed But we are, though More empathy, less greed, more respect All I’ve got to say has already been said I mean, you heard it from yourself When you were lying in your bed and couldn’t sleep Thinking, "Couldn’t we be doing this differently?" I’m listening to every little whisper in the distance singing hymns And I can, I can feel things changing [Refrain] But it’s so hard, we got our heads down and our hackles up Our backs against the wall, I can feel your heart racing None of this was written in stone The currents fast, but the river moves slow And I can feel things changing Even when I’m weak and I’m breakin' I stand weeping at the train station ‘Cause I can see your faces There is so much peace to be found in people’s faces [Verse 3] It’s not enough To imagine we’ll be happy when we’ve got enough stuff All this stuff is blocking us I’m neat with no chaser I’m all spirit, but I’m sinking 'Cause the days are not days but strange symptoms And this age is our age But our age is rage sinking to beige And yes, our children are brave But their mission is vague Now I don’t have the answers But there are still things to say I stare out at my city on another difficult day And I scream inwardly, "When will this change?" I’m beginning to fade But my sanity’s saved ‘cause I can see your faces My sanity’s saved ‘cause I can see your faces [Refrain] It’s hard, we got our heads down and our hackles up Our backs against the wall, I can feel your heart racing None of this was written in stone The current’s fast but the river moves slow And I can feel things changing Even when I’m weak and I’m breaking I stand weeping at the train station ‘Cause I can see your faces I love people’s faces

quarta-feira, 12 de junho de 2019

desafogo vespertino!

40 anos feitos há mais de 2 meses e tudo se mantém. a mesma rotina. a mesma insatisfação a nível profissional. o mesmo cansaço. a mesma falta de paciência. as mesmas discussões de final de dia. o mesmo mau-humor. esqueci-me (esqueço sempre!) das resoluções que fiz para este ano. passam nuvens cor-de-rosa fofinhas por cima de tudo o que penso ou idealizo e as promessas caem no esquecimento daquele céu longínquo onde em tempos sorria muito. sorria de e para tudo, para todos, até! hoje deambulo entre o caos que deixamos em casa (imaculado na hora de saída!) e um "trabalho" que me oferece prazeres efémeros... e depois passa. passa porque os projetos terminam e até que outro inicie passam horas e dias e semanas intermináveis. e há muito para fazer, há sempre muito com que ocupar o tempo. mas faço tudo rápido. tudo em mim é impulso. e o que poderia resultar num trabalho final fantástico, é meramente satisfatório. sempre fui assim, mediana por preguiça e comodismo. inteligente sou! sempre fui. mas pensar e fazer brilhar dá muito trabalho. ou até não. mas não me apetece. não estou para aí virada. ninguém reconhece! e o meu auto-reconhecimento deveria ser suficiente mas um "obrigado" sincero e um aplauso silencioso (a gratidão está nos olhos de quem a dá, quando a dá com sentido!) sabem tão bem. é um aconchego para a alma e um reconforto para o ego. depois, no final de mais um dia vazio, volto a casa. e nesses dias em que não dou nada de mim, porque já dei, antes, a correr, estão lá elas, as miúdas que querem a mãe para brincar, o colo da mãe para matar saudades ou para curar a rabugice e a mãe não está lá. está zangada com tudo e com todos e com o mundo e com tudo o que nele habita e mexe, menos com elas. mas são elas que estão lá e são elas que pagam. pagam numa moeda que jamais conseguirei pagar. jamais conseguirei compensar. o tempo não cala nem baixa o volume dos gritos que ecoaram nas paredes da nossa casa um dia, vários dias. demasiados. e choram. mas querem abraços. e fazem birras, mas querem-me na sala, com elas, entre jogos que as fazem felizes, entre "café... com leite, mãe?!" que me preparam com todo o amor que, naqueles minúsculos grandiosos corações sentem. e a mãe chora por dentro. esmorece a cada demonstração de amor e carinho. porque não há tempo. porque as miúdas têm de jantar e, porra pá!, esqueci-me de deixar alguma coisa a descongelar de manhã. e agora é tarde. e tem de se magicar alguma coisa a que elas não torçam o nariz. e depois chega ele com ânsia de nos ver. com saudades delas e de nós. e eu não deixo que brinque porque já é tarde e elas têm de jantar e os pratos já deviam estar na mesa e a sopa no microondas e eu não sou criada de ninguém. não senhora, pá! e ele não foi passear nem andar de bicicleta (que o faz tão feliz!). esteve a trabalhar onde também não é muito feliz mas dá para pagar contas e vivermos seguros. e eu quero 5 minutos de atenção, por entre o colo que elas pedem e o prato que jaz frente a elas sem ser tocado porque já passou da hora e as birras começam o início do final de dia. que devia ser em paz. e raramente é. e a hora de deitar chega cada vez mais tarde. porque queremos fazer tudo e porque elas nos querem um bocadinho. porque passam demasiadas horas sem nos ver e aquelas escassas horas são só nossas. e deveriam ser de gargalhadas e saltos em cima de cama, de banhos a borbulhar todo o espaço em volta e de olhos a brilhar porque, finalmente estamos todos juntos. mas, porra pá!, há sempre tanto para fazer. e eu, quero que fique sempre tudo feito antes de nos dedicarmos a elas, para que quando as adormecemos juntinho a nós, possamos dedicar-nos um ao outro. e o sono? ui! e as noites sem beijos de boa noite e um "amo-te muito" porque acabámos por ficar lá, junto a elas, embalados no calor delas? tantas noites. e o sofá fica ali, vazio e imaculado. sem nós. sem amor. e o amor está lá. em nós. em mim. nele. está lá sempre, mesmo por detrás das discussões. nos dias mesmo bons, o amor cheira-se a kms de distância. e cheira bem. sabe tão bem! saudades de sermos os dois, um do outro. jamais trocaria o que temos agora. um ao outro. elas. o lar. jamais. isto, apenas isto, apesar de parecer estar longe da realidade, é real. é sentido. o amor é sentido. por elas. por ele. O AMOR É SENTIDO! O AMOR É REAL! O AMOR SOMOS NÓS!!!!!!!!


Ah.... saudades de escrever sem sentido. escrever para me libertar. para respirar melhor.
vai ficar tudo bem. só preciso respirar. e escrever.
sou feliz, sim. muito.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Life at (pre) 40s...

15 são os dias que separam o hoje daquele que será o meu primeiro dia dos 40 - 40 anos!
Número demasiado redondo para as curvilíneas da minha vida! Não estou preparada, não! Não estou crescida o suficiente para entender que tenho, de um dia para o outro, de ser obrigada a crescer! 40 anos é uma responsabilidade muito grande, mesmo para mim que já sou mãe de duas, companheira e mulher, filha de mãe, sem pai... nora com muito pouca paciência... se a falta dela fosse só nesta minha condição, muito felizes seriam os que me acompanham na vida! Sinto-me precisar de uma valente chapada de realidade, de um precipício onde não haja viv'alma para me amparar a queda! Sou mimada e mal agradecida, sou, a cada dia que passa, mais arrogante e menos permissiva, menos paciente... menos adulta!!!!! E as minhas filhas precisam de uma mãe crescida, crescida e consciente do mal que faz às pessoas mais próximas! À mãe que há quase 19 anos é também pai, que me apoia incondicionalmente e que, perante os meus devaneios de raiva acumulada, leva sempre por tabela! Aos sogros que não fazem mais porque não podem, e que aguentam, calados e tristes, quando os meus decibéis vocais se elevam para além do que é o respeito que eles merecem. À irmã mais velha, que só volta a falar comigo "quando eu crescer" - apesar de ser ela a viver nas lembranças da Ana adolescente sem regras, a alimentar-se de invejas e ciúmes sem fundamento! À irmã mais nova, que, depois de muito engolir, tem dito "já chega!" demasiadas vezes. A ele, ao pai das minhas filhas, ao homem da minha vida, ao meu melhor amigo... grito tanto! Suporto tão pouco! Trepo paredes por insignificâncias... e magoo! E choro pelas paredes do meu corpo, para mim. Para os outros sou insensível e grito porque sim, porque sou uma miúda! E para minhas filhas, essas sim, as "miúdas" que merecem o melhor de mim e nem para elas tenho paciência... e tempo! Ou tempo que não consigo arranjar porque me preocupo demasiado com refeições e pó e cotão e roupa para lavar... e o amor, caramba?! E o brincar, a partilha e o ensino? O deitar no chão com elas e rir, rir alto, rir como elas gostam e precisam! Rebolar como elas querem e imploram! Ser mãe!!!!! Não ser só a mulher a dias que tem de cuidar delas!!!!! Preciso MESMO. M-E-S-M-O, de parar. De respirar. Inspirar. Expirar. E viver! Viver com elas, para elas! E para MIM!!! E para nós! E amar! E sorrir como antes, quando as preocupações de mãe (preocupações fúteis!) não me assolavam os dias e se sobrepunham ao amor e à disponibilidade para vê-las crescer... e ser as crianças que elas precisam ser comigo!
Merda para mim com estes 39 anos! PRECISO MUDAR!!!!!!! 
É agora?! É isto que se sente aos 40?! Ou é isto que se deveria sentir todos os dias da nossa vida?!
Esquecer o pó nos móveis e os brinquedos atulhados para tropeçar a meio da noite! Sorrir mesmo que não concorde e acenar, para não melindrar ninguém. Contar até 10 antes de abrir esta bocarra sem filtro.Sorrir mais (em casa!) e refilar menos! Abraçar todos os dias (mais, muito mais ainda!!!).
É isto?! É fazer planos e promessas! Fazer contenções e sacrifícios (que não deveriam ser?!).
Acima de tudo, o meu maior desejo, é que EU volte a ser EU, sem perder a menina "crescida" que já sou! Posso voltar a sorrir como antes? Se quiser, se fechar os olhos e sentir que esse é o meu maior desejo, voltarei sim!
Se os 40 nos trazem esta clarividência (mais que evidente há demasiado tempo), então, sejam muito bem-vindos, sim?
E abraço-vos agora, antes que estes 15 dias cheguem demasiado fugazes e me esqueça do que escrevi agora... não há desculpa!

Até já, número redondo!!!!! GROW ME UP!!!!!!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Feliz 2019

Resoluções para o novo ano:

- ser mais paciente com as miúdas (e com o pai delas)
- amar (mais ainda!) as miúdas (e o pai delas!)
- ter mais disposição para sorrir e menos para gritar pela manhã
- ignorar ou fazer "ouvidos moucos"
- acreditar mais em mim
- ir à piscina - pelo menos - uma vez por semana (a alma fica mais leve!)
- acreditar mais nos outros
- tirar - pelo menos - uma noite por mês sem as miúdas, para namorar
- tirar - pelo menos - meia hora por mês para arranjar os caracóis!
- voltar a COZINHAR - pelo menos - uma vez por semana. Fazer comida é chato!
- beber um copo (ou 2) de vinho ao jantar :)
- trabalhar com motivação
- procurar (com olhos de quem procura mesmo!) trabalho (algo que me faça verdadeiramente feliz!)
- ignorar pó nos móveis e cotão no chão
- brincar mais com elas
- brincar mais com ele
- ver mais séries no sofá debaixo da mantinha (pés com pés!)
- comer o que me apetece sem engordar muito!
- sorrir mais para as pessoas (VOLTAR a sorrir mais para as pessoas!)
- comprar - pelo menos - uma peça de roupa nova por mês (se não for para mim, pode ser para as cachopas!)
- voltar sempre ao mar uma vez por ano (pelo menos!) e desenhar o nosso nome na areia e fazer castelos e preguiçar!
- deixá-las provar de tudo sem me aborrecer com isso
- acreditar mais em quem está por perto
- agradecer o sol, dia após dia
- dizer "amo-te muito", todos os dias, a elas e a ele
- dar abraços (voltar a gostar de dar abraços!)


É isto. Lembrar-me-ei de mil coisas mais a caminho delas. Se conseguir fazer metade das coisas que escrevi, já sou feliz! :)

P.S - lista para atenuar dias de caca!

Até já**