segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
até quando...
Até quando terás, minha alma, esta doçura,
este dom de sofrer, este poder de amar,
a força de estar sempre –
insegura – segura
como a flecha que segue a trajectória obscura,
fiel ao seu movimento, exacta em seu lugar...?
Cecília Meireles
terça-feira, 14 de outubro de 2008
um ano passado, mas nunca esquecido
ao miguel...
"A UM AUSENTE
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste"
Carlos Drummond de Andrade
quarta-feira, 30 de julho de 2008
always....
Jamais vou esquecer que viveste e fizeste parte de mim…. mas que partiste, pai, prefiro esquecer…
Gostava apenas de ter tido oportunidade para dizer adeus, para um ultimo abraço (igual a tantos que não te dei, mas que senti como se tivessem tido lugar…)
Gostava apenas de ter tido oportunidade de proferir as palavras “amo-te, pai!” (como nunca tive coragem de proferir…)
Foi há 8 anos (e 10 dias!) que deixaste de existir num mundo onde não consigo existir sem ti…
Saudades, pai… saudades para sempre… muitas…. tantas…
e ontem lembrei-me... e chorei...
terça-feira, 22 de abril de 2008
i have found what you are like
'i have found what you are like
the rain,
(Who feathers frightened fields
with the superior dust-of-sleep.
wields easily the pale club of the wind
and swirled justly souls of flower strike the air
in utterable coolness deeds of green thrilling light
with thinned newfragile yellows lurch and.press
-in the woods which stutter and sing
And the coolness of your smile is stirring of birds
between my arms;
but i should rather than anything have
(almost when hugeness will shut quietly) almost, your kiss'
E.E. Cummings
(Who feathers frightened fields
with the superior dust-of-sleep.
wields easily the pale club of the wind
and swirled justly souls of flower strike the air
in utterable coolness deeds of green thrilling light
with thinned newfragile yellows lurch and.press
-in the woods which stutter and sing
And the coolness of your smile is stirring of birds
between my arms;
but i should rather than anything have
(almost when hugeness will shut quietly) almost, your kiss'
E.E. Cummings
quarta-feira, 2 de abril de 2008
terça-feira, 1 de abril de 2008
acabou!!!

Acabou o que há muito deveria já ter acabado!
Acabou o que jamais deveria ter começado!
Acabaram as noites em branco, os choros sem som, as lágrimas dentro de mim!
Acabaram as desilusões, as esperas desesperantes!
Acabaram os gritos suprimidos e a fraqueza que tem feito parte de mim!
Acabaram os dias de felicidade, os momentos inesquecíveis de carinho, a partilha, o amor… comparados com o resto, não foram nada!
Acabou porque tinha que acabar… aconteceu porque tinha que acontecer!
Adeus! Para sempre, adeus...
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
pensamentos
'Tenho pena e não respondo.
Mas não tenho culpa enfim
De que em mim não correspondo
Ao outro que amaste em mim.
Cada um é muita gente.
Para mim sou quem me penso,
Para outros - cada um sente
O que julga, e é um erro imenso.
Ah, deixem-me sossegar.
Não me sonhem nem me outrem.
Se eu não me quero encontrar,
Quererei que outros me encontrem?' F.P.
É exactamente assim que me tenho sentido ultimamente…
Desiludo toda a gente… toda a gente me desilude….
Estou cansada da vida que estou a viver, das frustrações, das tristezas, das noites em que choro em silêncio, só para mim, no meu mais intimo, para ninguém poder ouvir-me… estou cansada de não ter vontade de ver ninguém, de ir a lado algum, de isolar-me porque é assim que me sinto bem… no conforto da minha casa, no cheiro que a caracteriza, nas janelas meio-fechadas para o mundo, na escuridão que a assombra… é lá que me sinto bem, com a pessoa que vive comigo, que habita em mim, com quem me conhece, me compreende e me aceita, sem questionar as razões do meu afastamento e isolamento…. Os outros, esses, questionam apenas o facto de não me verem, de eu não aparecer, de já não querer divertir-me…. SERÁ ASSIM TÃO COMPLICADO ENTENDER QUE NÃO QUERO DIVERTIR-ME PORQUE SIMPLESMENTE NÃO TENHO RAZÕES PARA TAL?! Deixem-me estar assim, como eu gosto de estar, como eu me sinto bem… não é por não ser vista que me esqueço de todos os que fazem parte de mim, de todos os que me são queridos… de todos os amigos intemporais! A minha presença (ou a falta dela) jamais será razão para uma amizade terminar, jamais! Se não querem entender, não entendam… mas deixem-me em paz! Deixem de questionar se estou bem, o que vocês fizeram de errado, o que eu fiz de errado…. Eu só quero estar sozinha! Apenas e somente isso! Nada mais, nada menos!
Para quem me está a ler, desculpem as minhas palavras. Elas não são dirigidas a vocês, mas sim a quem está tão perto de mim… tão perto e cada vez mais longe…
Cada vez sinto mais saudades daqueles tempos em que as responsabilidades não faziam parte da minha vida, da minha maneira de pensar, da minha forma de viver a vida! De quando em quando, sou assaltada por este síndrome de peter pan que não quer crescer, que deseja apenas voar para aquela terra que todos sabemos não existir, mas que todos desejamos que existisse…. Nesse tempo, não tinha preocupações, não tinha tristezas, não tinha desilusões nem frustrações… tinha apenas a esperança de poder vir a fazer diferença neste mundo que desprezo, de poder vir a ser alguém (como alguém sempre disse que eu seria…) e não sou! Não sou nada do que desejei ser! Não faço nada do que desejei fazer! Não vivo como sempre desejei viver! E o cansaço, o desespero e a tristeza, cada vez mais, apoderam-se de mim…
Sorry…
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
sem nexo...
Gostava de ter a coragem, a força interior, o espírito livre para sair daqui, desta terra, deste país esquecido e usurpado por todos aqueles que detêm o poder sobre nós… abandonar tudo isto sem olhar para trás, sem sentir vontade de querer permanecer aqui… sem sentir saudades, sem sofrer por partir… mas (porque em todos os momentos da vida existe um injusto “mas”)… há demasiadas coisas, lembranças e pessoas que não me permito abandonar! Não são os amigos, porque esses, os únicos, verdadeiros e intemporais acompanham-nos para onde formos, em pensamento, em recordação… não me acho suficientemente forte para partir e dizer adeus à minha mãe… que ficará sozinha, já que as minhas irmãs decidiram seguir o seu rumo por outros caminhos… e orgulho-me delas por isso e não consigo seguir-lhes os passos… porque me sinto pertencente a esta terra, de alma e coração, de corpo e sentidos, de infância e futuro… de toda uma vida, breve, eu sei… mas de toda a minha existência! A minha mãe, cuja vida lhe roubou tanto, apesar de lhe ter dado bastante, a minha mãe faz parte de mim, de perto de mim… e não a imagino longe… aperta-me o peito imaginar que um dia poderei perdê-la… porque ninguém é eterno, ninguém resiste a todas as adversidades… ninguém pertence a este mundo terrestre para sempre… e no outro, como tantas vezes preciso de acreditar que existe, não nos recordamos do que fomos aqui, não partimos para reencontrar ninguém… não abandonamos o nosso corpo para depois sermos reconhecíveis… nesse mundo em que preciso acreditar deixamos de ser nós…
(já não me recordo da razão que me levou a escrever aqui hoje…)
Preciso sair daqui… por uns tempos… apenas por uns tempos… estou a morrer aqui… estou a deixar de ser eu…
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Encontrei no youtube excertos do filme da minha vida…
O filme que mais me marcou, que mais me tocou, a poesia, a perda, a descoberta, a união, o companheirismo, o tiranismo, as almas encobertas, presas que se soltaram através de uma alma livre!
A poesia tem esse efeito em mim… leva-me para longe, para tudo o que é irreal e que existe apenas no meu mais intimo…
É, sempre foi e será para sempre o filme da minha vida...
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