...e num ápice, como já tem sido habitual na movimentação dos dias nestes últimos 400 e alguns, estão quase dois meses passados desde que a nossa vida mudou! Pausei (ahahahah!) durante três semanas porque a escolinha fechou e quis ficar com elas porque desconheço o que o futuro me reserva e este verão era para elas... para nós... como gostaria que todos fossem!
Nestas três semanas vi-as crescer de uma forma assustadora! Já não passava 24 horas multiplicadas por 27 dias seguidas com elas desde que as deixei o primeiro dia na casa que é agora a segunda delas! E é tudo tão mágico... como extenuante! E precisam cada vez mais de mim, de nós! De atenção e mimo, de muito colo e repreensões (porque acham que já são crescidas o suficiente para se darem ao direito de soltar gritos estridentes quando a "vida não lhes corre bem")! É tudo tão enriquecedor... como desgastante! E os braços doem porque agora, mais do que quando AINDA eram bebés pequeninos, me querem as duas em simultâneo... e para além da dor física, fica a mágoa por o meu corpo não se duplicar, como elas se duplicaram dentro de mim - para as poder albergar na minha toca e protegê-las de tudo e curá-las de tudo e dar-lhes O colo que raramente dou porque, INDEPENDENTEMENTE DO QUE TOOOOOOOOOOOOOOOOOODA A GENTE PENSA, quando o meu colo abraça uma, o meu coração está SEMPRE preenchido com a metade que a outra ocupa! Não amo mais uma do que amo a outra, não tenho preferências - NUNCA TIVE! A vida permitiu-me ter uma todos os minutos do dia mais cedo do que a outra teve oportunidade de abandonar a casa de vidro onde foi obrigada a viver depois de deixar o meu ventre cedo demais... ambas o deixaram cedo demais! E eu não estava preparada... nem para deixar de as sentir dentro de mim, nem para não poder senti-las ao mesmo tempo! Mas o amor que sinto é dividido equitativamente por ambas! Nem mais, nem menos! E se alguém pensa de forma diferente - que vá plantar árvores em África onde possam crescer os macaquinhos que habitam nas suas cabeças! Se uma sempre deu mais trabalho e, como tal, precisava de mais atenção, não significa que a outra tenha sido preterida! Se não dei (OU NÃO DOU!) a mesma quantidade de colo a cada uma, é porque a mais difícil é sempre passada para os meus braços (SEM EU PEDIR) porque "ela quer a mãe!", porque "já viu a mãe", porque "a mãe é que a acalma!"... e sim, se já passou mais de um ano a ser passada para os braços da mãe, são os braços da mãe que ela prefere SEMPRE, mesmo que a mãe se sinta uma merda por ver os olhos e o corpo da outra a querer saltar-lhe para o colo e não poder... porque ninguém consegue "domar a fera"! Não tenho de me justificar a ninguém! Este é o meu livro! MEU!!!!!!!!! Se eu quiser usar vernáculo, problema meu! Se isso causa problemas a alguém - estou-me a marimbar DE ALTO para isso! Não me chateiem nem julguem (pelas costas!)! Se eu ofender ou incomodar alguém ou se causar mau estar, DIGAM-ME! Não tirem ilações das minhas atitudes como se me conhecessem ou conhecessem as minhas filhas... PORQUE NÃO CONHECEM!!!!!! E jamais vão conhecê-las, não PORQUE EU NÃO DEIXO OU PORQUE SOU UMA CABRA EGOÍSTA, porque os vossos olhos cegam e os vossos ouvidos se fecham quando sobre elas surgem conversas sérias sobre o que elas fazem ou como elas agem... de tétés estou FARTA!!!!!! Não quero atenção para mim, quero atenção SOBRE ELAS! Mas esta situação, depois de um ano passado, não vai mudar! E jamais irá mudar enquanto os envolvidos (eu incluída!) não se sentarem juntos a conversar (sim, depois de EU aprender a conversar e a fazer com que as pessoas deixem de me ouvir e não me respeitem!!!!) e, adultos como são, serem SINCEROS!!! Detesto sorrisos forçados e cinismo! Não consigo esconder o que me incomoda ou magoa... NÃO!!!! Nunca vou conseguir porque não sou feita dessa matéria hipócrita que molda muita gente! Sou o que sou e cada vez mais sinto que só tenho amor para dar às minhas filhas e a mais 3 ou 4 pessoas que fazem parte da minha vida! A quem me deu vida (e que amo tanto!!!!) - e a quem eu trato cada vez pior porque "não seria justo não a tratar de forma igual", às manas com quem cresci - uma das quais que pouco ou nada me diz (triste, mas verdade!) e a outra, que é talvez a melhor pessoa que conheço, e para quem não tenho o tempo e a calma que deveria ter! E a ti, que me abraças todos os dias... e que vejo fugir-me por entre os dedos a cada desilusão que eu provoco! E estou tão cansada DE TUDO! De tudo o resto! MESMO! TANTO! Desculpa... não consigo ser outra pessoa, não consigo sorrir porque me (NOS!) ajudam... não consigo, DESCULPA! Não consigo esquecer porque tudo tem um princípio... e o desta história fragilizou-me demasiado! E nunca vão perceber o quanto porque nunca quiseram saber!
Talvez o tempo me amoleça o coração (como acontece às pessoas "normais" quando se tornam mães - e como mãe tenho o coração mais amanteigado do mundo - mesmo que não te apercebas disso!), mas neste presente é pão seco... que nem torrado fica comestível! Perdoa-me! Perdoa-me isto! O que mais me magoa é ver que te magoo! Mas não consigo... E ninguém tem culpa! A culpa é inteiramente minha por não conseguir dar um rumo natural às coisas! E eu sou tão natural com elas e contigo (E FELIZ!), mas a minha naturalidade para com os outros... é FRIA e FEIA... é NATURAL!
Hoje estou assim... os olhos estão pesados de sono e de necessidade de lágrimas soltas que preciso agendar para este dia! Se não for possível, engulo-as! À frente delas, NÃO! Estou triste e a precisar de um abraço forte... estou sozinha num gabinete com uma vista deliciosa... mas vazio! E é assim que hoje me sinto.
Até um dia... quando a Ana quiser!