quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Caminhante...
Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.
António Machado
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Fui agora visitar-te, pai... e se tivesse comigo intermináveis folhas em branco, escreveria até a tinta da caneta que jaz no fundo da minha carteira acabar! Fiquei em silêncio, com a luz do sol a cegar-me os olhos inundados pelas lágrimas que involuntariamente fui deixando escorrer face abaixo... e senti uma paz indescritível, uma paz que já não me assolava há demasiado tempo! E fiquei ali.. perdida em pensamentos dos dias que correm, embrenhada em saudades que sinto do teu sorriso, da tua alegria... até das discussões que nos quebravam a cada grito, a cada palavra que feria... até da dor eu tenho saudades! E pedi-te desculpa por não te visitar mais vezes... por não acompanhar a mãe quando ela te visita e, sem proferir quaisquer palavraS, me pede para ir com ela... e eu não vou! Sempre fui assim, não fui? Sempre fiz o que queria apenas e somente quando achava que deveria ser feito ou quando me sentia preparada e confiante para fazê-lo... desde que partiste (há quase 13 anos... 13 anos!!!!!!) foi a segunda vez que te visitei sozinha... e no mesmo muro me sentei e permiti que o sol me cegasse e a dor tomasse conta de mim... a dor, a paz, o amor, a falta, os sorrisos perdidos, os abraços que nunca te dei, as palavras que não devia ter dito... e disse! E pedi-te perdão por não te visitar mais vezes... outra vez... e outra vez te pedirei quando voltar a sentir necessidade de ir ali... àquele sítio onde não te sinto! A terra não pode estar a prender-te... os pores-de-sol não podem existir sem que os possas contemplar... de mão na mão com a mulher com quem foste feliz... como, em voz baixa, para somente nós ouvirmos, te perguntei se tinhas sido... e sei que sim! E pedi-te desculpa... desculpa por atitudes impensadas, impulsivas, inconscientes... completamente imaturas para a idade que já não me permite agir assim! E pedi-te perdão.. por não te visitar mais vezes... tu não estás ali! A terra não pode impedir-te de vislumbrar cada lua cheia que ilumina o céu... sei que estás aí... aí onde me vês sempre que a tristeza me invade o peito e a voz se cala num grito abafado que apenas tu consegues ouvir! E falo contigo todos os dias... mesmo que não me aperceba que estou a fazê-lo! E amo-te muito, Pai! Por mais visitas que não te faça, o amor, a dor, a saudade, a alegria por ter tido oportunidade de fazer parte da tua vida.. são eternos! São meus!!!!
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