quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

pensamentos

'Tenho pena e não respondo. Mas não tenho culpa enfim De que em mim não correspondo Ao outro que amaste em mim. Cada um é muita gente. Para mim sou quem me penso, Para outros - cada um sente O que julga, e é um erro imenso. Ah, deixem-me sossegar. Não me sonhem nem me outrem. Se eu não me quero encontrar, Quererei que outros me encontrem?' F.P.

É exactamente assim que me tenho sentido ultimamente… Desiludo toda a gente… toda a gente me desilude…. Estou cansada da vida que estou a viver, das frustrações, das tristezas, das noites em que choro em silêncio, só para mim, no meu mais intimo, para ninguém poder ouvir-me… estou cansada de não ter vontade de ver ninguém, de ir a lado algum, de isolar-me porque é assim que me sinto bem… no conforto da minha casa, no cheiro que a caracteriza, nas janelas meio-fechadas para o mundo, na escuridão que a assombra… é lá que me sinto bem, com a pessoa que vive comigo, que habita em mim, com quem me conhece, me compreende e me aceita, sem questionar as razões do meu afastamento e isolamento…. Os outros, esses, questionam apenas o facto de não me verem, de eu não aparecer, de já não querer divertir-me…. SERÁ ASSIM TÃO COMPLICADO ENTENDER QUE NÃO QUERO DIVERTIR-ME PORQUE SIMPLESMENTE NÃO TENHO RAZÕES PARA TAL?! Deixem-me estar assim, como eu gosto de estar, como eu me sinto bem… não é por não ser vista que me esqueço de todos os que fazem parte de mim, de todos os que me são queridos… de todos os amigos intemporais! A minha presença (ou a falta dela) jamais será razão para uma amizade terminar, jamais! Se não querem entender, não entendam… mas deixem-me em paz! Deixem de questionar se estou bem, o que vocês fizeram de errado, o que eu fiz de errado…. Eu só quero estar sozinha! Apenas e somente isso! Nada mais, nada menos! Para quem me está a ler, desculpem as minhas palavras. Elas não são dirigidas a vocês, mas sim a quem está tão perto de mim… tão perto e cada vez mais longe… Cada vez sinto mais saudades daqueles tempos em que as responsabilidades não faziam parte da minha vida, da minha maneira de pensar, da minha forma de viver a vida! De quando em quando, sou assaltada por este síndrome de peter pan que não quer crescer, que deseja apenas voar para aquela terra que todos sabemos não existir, mas que todos desejamos que existisse…. Nesse tempo, não tinha preocupações, não tinha tristezas, não tinha desilusões nem frustrações… tinha apenas a esperança de poder vir a fazer diferença neste mundo que desprezo, de poder vir a ser alguém (como alguém sempre disse que eu seria…) e não sou! Não sou nada do que desejei ser! Não faço nada do que desejei fazer! Não vivo como sempre desejei viver! E o cansaço, o desespero e a tristeza, cada vez mais, apoderam-se de mim… Sorry…