quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Quem não está confuso corre o risco de estar enganado, pior, de se estar a enganar.
Pedro Paixão in Saudades de Nova Yorque

terça-feira, 27 de novembro de 2007

“Quando as pessoas inventaram a distância,
esqueceram que existia saudade.”
desconhecido
Cada vez mais tenho pena de não possuir o poder de agarrar o tempo, atrasá-lo, por um minuto…um segundo… a saudade já volta a apertar… e ainda há dois dias voltei… e foi bom… foi bom rever, foi bom sentir que a minha falta foi sentida, foi bom sentir o carinho… é sempre bom sentir que não somos esquecidos… Revi pessoas que não esqueci e jamais conseguirei esquecer, porque me “pertencem”, porque fazem parte da minha existência, diverti-me, saí daqui dois dias… apenas dois dias me fizeram repor energias (e perder algumas, também :p), me revigoraram e rejuvenesceram! Senti-me outra vez a miúda que, há nove anos atrás (NOVE ANOS!!!) começou uma nova vida, numa nova cidade, onde ninguém a conhecia e podia ser quem quisesse ser…e fui! Fui… deixaram-me ser muito mais do que aqui, onde nasci, cresci… e nunca fui EU! A Guarda, apesar de já não me chamar, já não me encantar, já não me enfeitiçar como antes, fará sempre parte de mim, ficará para sempre na minha memória, pois foi lá que, até agora, passei os melhores momentos da minha vida e encontrei os melhores, mais verdadeiros e mais eternos AMIGOS que algum dia poderia ter… (e já estou velha para aquela vida…eheheheh!)

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

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Há uma musica do Povo Nem sei dizer se é um Fado Que ouvindo-a há um ritmo novo No ser que tenho guardado… Ouvindo-a sou quem seria Se desejar fosse ser… É uma simples melodia Das que se aprendem a viver… Mas é tão consoladora A vaga e triste canção… Que a minha alma já não chora Nem eu tenho coração… Sou uma emoção estrangeira, Um erro de sonho ido… Canto de qualquer maneira E acabo com um sentido! fernando pessoa
"E acabo com um sentido!"... será assim o terminar da nossa vida? com sentidos, com sentimentos, com arrependimento de podermos ter vivido o que não quisemos viver? será assim o nosso último suspiro? espero poder recordar apenas os bons momentos que me foram permitidos viver... os outros... que sejam enterrados junto a mim, que morram comigo... e que, tal como quero fazer antes de fechar para sempre os olhos, sejam esquecidos...
este é dos poemas que mais me tocam… gosto de lê-lo, gosto de imaginar-me em lugares distantes ao fazê-lo mas… não há nada como conduzir por caminhos desertos ao som deste poema, na voz de Mariza… é bom sonhar…

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca. Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto. De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor. (O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill