"roubado" daqui
sábado, 24 de março de 2007
terça-feira, 13 de março de 2007
As crianças mal amadas
Têm os olhos
Da cor da noite
E uma nuvem
No lugar do coração.
As crianças mal amadas
Gostam dos recontos
E dos desencantos
Da solidão.
Não têm amigos
Conversam com os dedos
Não estragam brinquedos
E têm segredos
Adormecem com medo
Do Bicho Papão.
Maria João Domingos - Maio 2003
dias... meses... anos...
Começamos a vida como filhos de alguém, como protegidos, detentores de atenção e afecto por parte de todos os que nos rodeiam… será que no futuro damos o verdadeiro valor a quem sempre nos apoiou, ajudou, a quem enfrentou tudo e todos em nosso prol? Será que a vida, o decorrer do tempo nos rouba o que fomos, o nosso ser mais íntimo, o modo como sentimos, como olhamos e encaramos a vida?
Sempre gostei de ouvir, ouvir sem pedir nada em troca, ouvir só por ouvir, porque alguém precisa falar… às vezes gostava, não de voltar costas a quem me confia os segredos, mas de não me envolver tanto, não sentir que algum dia isso poderá acontecer comigo…
O relógio biológico deve estar quase a soar o alarme… tenho medo… tenho medo de não conseguir, tenho medo de falhar… tenho tanto medo…
Sei e sinto que quero passar por essa experiência! Sei e sinto que darei o melhor de mim, que farei TODOS os sacrifícios necessários para que nada possa faltar a essas pessoas pequeninas com quem um dia quero poder brincar no quintal, a quem quero poder ver e viver o primeiro sorriso, limpar a primeira lágrima… estender a minha mão e oferecer o meu ombro para essas deambulações da primeira desilusão…
E depois? Será que sofrerei com palavras amargas, com enganos e mentiras, com faltas de um “obrigado, mãe”?!
Será…
Será justo estar já a prever a personalidade de alguém que ainda não existe?
Será correcto estar a idealizar um ser que pode nem vir a existir?
Será?
As dúvidas constantes da nossa existência…
quinta-feira, 8 de março de 2007
Dorme enquanto eu velo...
Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.
A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.
Dorme, dorme, dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.
Fernando Pessoa
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.
A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.
Dorme, dorme, dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.
Fernando Pessoa
sexta-feira, 2 de março de 2007
I'm back!
Mais de um mês decorrido após ter escrito algumas linhas aqui, estou de volta…
De volta à escrita (quando arranjar tempo), de volta à rotina diária, de volta à sensação de me sentir útil, de sentir que estou a fazer alguma coisa por mim…
Já tinha saudades de sair de casa todas as manhãs com o objectivo de fazer alguma coisa real, palpável (apesar de continuar a ser difícil acordar com o som medonho do despertador do telemóvel, que teima em despertar-me de sonhos que me acompanham durante a noite!)… ultimamente, quando abria a porta da rua e pisava o tapete que se mantém intacto à entrada, partia sem rumo certo, sem destino marcado… saía para não ter de me sentir enclausurada dentro das paredes que me acolhem! Saía para não ter de me sentir presa, obrigada a estar parada, sempre no mesmo sítio…
Hoje sinto-me bem…
Não sei que futuro terei aqui, neste sítio onde me foi oferecida a oportunidade de mostrar que sou capaz de vencer… (e de vender! J )
A todos os meus leitores (que já devem ter perdido o hábito de percorrer as páginas da minha alma): sejam bem-vindos! Vou tentar não desaparecer por muito tempo.
Até sempre…
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